terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Comunicação – Parte 2: Onde fica o WC?

Certa ocasião, uma família inglesa foi passar as férias na Alemanha.
No decurso de seus passeios, os membros da família foram olhar uma casa de campo que lhes pareceu adequada para as férias. Indagando sobre o proprietário, souberam tratar-se de um pastor protestante, a quem pediram licença para percorrer a casa. Esta os agradou bastante, não só por sua situação, como também pela comodidade, tanto que os visitantes fizeram um acordo com o proprietário para alugá-la. Regressando à Inglaterra, discutindo sobre a planta da casa, a senhora lembrou-se de não ter localizado o WC. Endereçou, então, ao proprietário a seguinte carta:
Prezado senhor,
Sou membro da família que há poucos dias o visitou, a fim de alugar sua propriedade na Alemanha com a finalidade de usá-la no verão, gostaríamos que nos informasse o local onde se encontra o WC, pois não nos lembramos de tê-lo visto.
O pastor, que não conhecia o significado da Palavra WC, julgou tratar-se da seita inglesa “White Chapel“ (Capela Branca). Dessa forma, então, respondeu nos seguintes termos:
Prezada senhora, recebi sua carta e tenho o prazer de informar que o local a que se refere fica a 12 km da casa. Muito cômodo, sobretudo quando se tem hábito de ir frequentemente. Em tal caso, é preferível levar comida, para lá ficar o dia todo. Alguns vão a pé e outros de bicicletas, visto não ter ainda meio de transporte mais adequado. Há lugar para 40 pessoas sentadas e 100 pessoas em pé, e ar-condicionado para evitar inconvenientes de aglomeração. Os assentos são de veludo e recomenda-se ir cedo, para obter lugar sentado. As crianças sentam-se ao lado dos adultos e todo mundo canta em coro. Na entrada, é fornecida uma folha de papel para cada pessoa, mas, se chegar atrasado, pode-se usar a folha do parceiro ao lado. Existem amplificadores de som, para melhor audição de todos, e tudo que se recolhe durante o ato é para as crianças carentes da região. Fotógrafos especiais tiram fotografias para o jornal da cidade, de modo que todos possam ver as pessoas no cumprimento de seu dever humano.
(Autor desconhecido)



Ainda falando sobre a Comunicação e como a mensagem alcança seu receptor, vamos refletir sobre algumas indagações: por que sempre queremos ter respostas para tudo? Qual o problema em ter dúvidas? Será que algum dia alcançaremos todo o conhecimento possível? Há quem saiba de tudo?

Não. Não. Não... Divertimo-nos com textos engraçados como este. Mas, o que está por trás dele é uma simples reflexão que devemos fazer sempre: aprender é uma constante. Nunca alcançaremos o todo do conhecimento. Não há problemas em ter dúvidas, em não saber, em não conhecer. O problema está na falta de indagação, na relutância em buscar informações, e na covardia em se dizer/mostrar desconhecedor de um fato, de uma palavra, de um saber.

Tenho certeza que o texto provocou nova onda gargalhada, mas levemos como lição: ao invés de tentar disfarçar o “eu não sei” com falácias, invenções, verborragias, tautologias, etc., que tal um categórico “vou investigar e darei uma resposta mais acertada futuramente”? Pensem nisso!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Terremoto no Ceará

Depois dos terremotos ocorridos na Ásia, o Governo Brasileiro resolveu cobrir todo o país. O então recém-criado Centro Sísmico Nacional, poucos dias após entrar em funcionamento, já detectou que haveria um grande terremoto no Nordeste do país.Assim, enviou um telegrama à delegacia de polícia de Icó, uma cidadezinha no interior do Estado do Ceará.Dizia a mensagem:
-Urgente. Possível movimento sísmico na zona. Muito perigoso. Richter 7. Epicentro a 3 km da cidade. Tomem medidas e informem resultados com urgência!
Somente uma semana depois, o Centro Sísmico recebeu um telegrama que dizia:
- Aqui é da Polícia de Icó. Movimento sísmico totalmente desarticulado. Richter tentou se evadir, mas foi abatido a tiros. Desativamos as zonas. Todas as putas estão presas. Epicentro, Epifânio, Epicleison e os outros cinco irmãos estão detidos. Não respondemos antes porque houve um terremoto arretado aqui!
(Autor anônimo)


Imagino o quanto este texto atraiu gargalhadas. Eu sempre me divirto com ele. Mas a mensagem que está por trás da piada é a forma como devemos nos comunicar com as pessoas. Não há mistérios na comunicação, por incrível que pareça. A receita é básica: respeitar o contexto sociocultural dos indivíduos e tentar conhecer (ou mesmo tomar informações sobre) seu repertório linguístico. Nem sempre o que parece tão claro e simples para uns é, do mesmo modo, tão claro e simples para outros. Há que se ter cuidados com o receptor, de modo que o propósito do emissor seja alcançado. Pensem nisso! Mas podem gargalhar antes, afinal, aprendizado pode ser também sinônimo de diversão.

Coerência? Coesão? Unidade de sentido?

Subi a porta e fechei a escada.
Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.
Desliguei a cama e deitei-me na luz.
Tudo porque ele me deu um beijo de boa noite.
(Autor anônimo)

Lendo o poema acima, nos indagamos: há coerência? O texto é coeso? Qual a unidade de sentido? O(a) autor(a) quer dizer alguma coisa?... São tantas as indagações, mas a resposta é simples: nosso universo linguístico e nossas experiências culturais e cognitivas nos permitem perceber a magia dos sentimentos expressos pelos amantes. Podemos claramente enxergá-los beijando-se com ardor. Assim sendo, todo o poema expressa sentido, transportando-nos aos sentimentos do(a) autor(a)... E por que não dizer: aos nossos próprios sentimentos? Aqui, tudo tem coerência, as palavras se aprofundam em significados e é possível, sim, recitar sapatos, deitar-se na luz, fechar as escadas... Ai, ai... Apreciem!