quarta-feira, 28 de março de 2012

Gato escondido com a língua às vistas...


A Internet tem uma linguagem própria, de assustar os linguistas e matar os gramáticos do coração. Foi algo que se institucionalizou, adquiriu o que poderíamos chamar de "licença poética da internet". É claro que algumas coisas são inadmissíveis, visto que muitos que escrevem são detentores de conhecimento, já galgaram muitos degraus na vida acadêmica e tudo mais. Deles se espera que, ao menos, produzam sentido naquilo que escrevem, naquilo que falam. A televisão também tem uma linguagem própria, embora aqui deva haver um esforço maior para que o falante prime pela linguagem “culta” ou, pelo menos, mais polida.

Tenho observado nas redes sociais críticas ferrenhas ao modo de escrever e de falar das pessoas. Até aí, tudo bem. Além do direito de liberdade de expressão, devemos olhar as críticas de modo apreciativo, como forma de aprimoramento. Entretanto, o que mais choca é que a preocupação em criticar o outro impede o olhar para si próprio. Os "críticos" (ou apontadores do erro alheio) tecem trechos enormes, bombardeando “as falas”, “as escritas” alheias, porém não se dão conta da quantidade de erros que eles mesmos estão cometendo. E surge comentário do tipo: "[...] Fulano de tal foi na televisão e disse tal coisa errada". Não, meu povo: "Fulano de tal não "foi na" televisão; "Fulano de tal foi à televisão".

Muitas vezes o falante, para ser entendido, precisa se aproximar do contexto sociocultural no qual se insere a pessoa com quem ele se comunica e esta não é uma tarefa tão simples. Em outros casos, o comunicador necessita expressar uma palavra em outra língua. Ele o faz tentando aproximar-se o máximo possível de sua pronúncia... Mas não é sua língua nativa. Por que simplesmente criticá-lo?

Há época da faculdade, lembro-me que em uma das aulas de Literatura Brasileira, Ariano Suassuna comentou sobre o hábito que temos em pronunciar um “i” não existente em determinadas palavras, tais como: rapais (rapaz), fugais (fugaz), etc. Entretanto, ele lembrou-se de um membro da Academia que se manifestava tão intensamente contra este tipo de pronúncia, que costumava retirar o “i” até mesmo daquelas palavras onde este é presença obrigatória, tendo pronunciado em vários momentos coisas do tipo: “instituições federás, municipás e estaduás”.

Meu povo, somos uma gente de várias línguas em uma só. Macaxeira é o mesmo que Aipim, Moringa e Quartinha a mesma coisa são. Pode-se andar apressado, avexado, ligeiro, não importa. Criticar é preciso, é importante, é salutar, suscita melhorias. Mas, antes, tenhamos o cuidado de revisitar nossa própria fala e nossa escrita. Eis a dica!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Compondo nossas canções - parte II


Só Hoje
[por, Jota Quest]

Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal...
Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar a boca de um jeito que te faça rir
Que te faça rir

Hoje eu preciso te abraçar...
Sentir teu cheiro de roupa limpa...
Pra esquecer os meus anseios e dormir em paz!

Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua!
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria... Em estar vivo.
Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar...
Me dizendo que eu sou o causador da tua insônia...
Que eu faço tudo errado sempre, sempre.

Hoje preciso de você
Com qualquer humor, com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje



Só Hoje
[por, mim]


Hoje preciso encontrar alguém de qualquer jeito
Nem que seja só pra me levar pra casa
Depois de um dia normal...
Olhar nos meus olhos sem promessas fáceis
E me beijar a boca de um jeito que me faça rir
Que me faça rir

Hoje eu preciso que me abracem
Que sintam meu cheiro, minha alma limpa
Pra esquecer as minhas dores e dormir em paz

Hoje eu preciso ouvir uma palavra de alguém
Uma frase, sem exageros, mas que faça sentir alegria em estar viva
Hoje preciso que me façam um café, que suspirem ao meu ouvido
Dizendo-me palavras que me tirem a insônia
E que tudo que fiz foi certo, sempre...

Hoje preciso de alguém
Que traga seu humor, que me arranque um sorriso
Hoje quero esta presença pra me deixar feliz
A partir de hoje...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Compondo nossas canções


Vamos brincar com as letras das músicas? A ideia é pegar a música que mais nos toca no momento e criar outra, a partir dos nossos sentimentos. Para começar, reescrevo Bilhete - de Ivan Lins - de acordo com o que agora sinto.


Bilhete [por Ivan Lins, é assim]

Quebrei o teu prato, tranquei o meu quarto
Bebi teu licor
Arrumei a sala, já fiz tua mala
Pus no corredor
Eu limpei minha vida, te tirei do meu corpo
Te tirei das entranhas
Fiz um tipo de aborto
E por fim nosso caso acabou, está morto
Jogue a cópia da chave por debaixo da porta
Que é pra não ter motivo
De pensar numa volta
Fique junto dos teus
Boa sorte, adeus

Bilhete [por mim, seria desta forma]

Guardei o teu prato, abri o meu quarto
Comprei teu licor
Continuo na sala, volta com a mala, sai do corredor
És tu a minha vida, estás em meu corpo
Corres em minhas entranhas
Jamais faria um aborto
Não é o fim do nosso caso, nosso amor não está morto
Guarda a cópia da chave, bate logo esta porta
Dá-me todos os motivos
Pra celebrar tua volta
Esquece qualquer adeus
Eu sou tua, tu és meu

Participem, comentem, explorem sua criatividade, deixem-se invadir pelos seus sentimentos!